DIÁRIO FILOSÓFICO PEDAGÓGICO #03

 

07 de maio – Aniversário de Boracéia

O céu e o dia amanheceram como de costume, assim como os meus humores durante a semana, logo, atrevo-me a considerar que não estou triste... (pausa pra filosofar!)... só noto a mudança no humor quando interajo (por muito tempo) com a as coisas ou pessoas sem uma condição mínima de bom senso. Notem: sozinhos vamos muito bem, obrigado! Sinto-me confortável e burguesamente instalado em minha solitude...

Cotidianamente as pessoas disseminam-se pelas ruas juntando suas tristezas solitárias em meio a luz das redes sociais refletidas em seus rostos, canseira e sono atrasado. Poucos praticam o ócio criativo (salve Domenico de Basi) pra equilibrar trabalho, estudos e vida pessoal. Me lembro que as pessoas consomem lixo o tempo todo, e acham tudo três chiq, em meio ao fast food e entregas à jato!

Hoje reina um ‘ócio alienante’, uma necessidade louca de preencher o tempo livre com atividades enraizadas pela alienação cultural, ou seja, as condutas ou atividades de pseudo entretenimento, que são frutos da indústria cultural (que nos obrigam a consumir x, assistir y ou ouvir w, ou ainda, viajar pra Passárgada – lá sou amigo do rei) não são entretenimento propriamente dito. Mais parecem uma extensão de nossa vontade voraz em consumir qualquer coisa em busca de identidade ou pertencimento, quiçá alguma fuga que (nem) Freud explica, e logo, postar no ‘insta’. Hashtag lacrou! É tipo o SUPEREGO olhar pra trás e dar de ombros pra ID e EGO: ‘tô nem aí’, e voltamos todos pra sexta série!

                A moda alienante (‘acorda Pedrinho’, ‘fala Bil’, ‘caneta azul’, ‘luva de pedreiro e seu receba’, dentre outras idiotices netianas) me parece a materialização do fenômeno da modernidade líquida, do qual logo ninguém do vulto - ou que tente ler essas linhas - saberá do que estávamos a falar...

Serei econômico com vocês hoje (embora pródigo com meus pensamento – eu os gasto mesmo), pois resta o sono que insiste em me perseguir, ante a vida atribulada que sorrateiramente dificulta a felicidade e paradoxo da dor nas costas quando zero sono e vida. Salva noix Deux!! Assim, vou-me para a sala de aula (e nem deu o tempo da sessão!), renuncio continuar a escrever as minhas impressões dia a dia, como as rapariguinhas num lindo caderno novo (...) até parece ser interessante fazer um diário... Dúvida que acordou o cérebro no travesseiro dia destes: o tik-tok seria um diário substituindo o facebook e instagran (que já substituíram o diário, deveras)? Se sim, toca comprar um caderno, visto que as crianças andam muito supérfluas!

Peraí que vou ali ser mais um zimbi saudável e fitness, zumbi do desempenho e do botox!

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