Problema epistemológico #4 – ... conhecimento - Parte 3: Kant 1/3
Veja o vídeo no meu canal se preferir: https://www.youtube.com/watch?v=ijTq2LVG3zo&t=18s
Enquanto
os empiristas (Hume, Bacon, Locke), com uma levada Aristotélica legavam à experiência/observação o início do
processo do conhecimento, e os racionalistas (inspirados por Platão) como
Descartes, Leibneiz que fundamentavam no uso da razão esse processo, Kant, não
concordando com ambas as teorias, (e aí talvez nasça a filosofia da ciência e
deixemos o gnosiologismo de até então) em pleno Iluminismo, através do seu
criticismo vai propor que não se pode aprender a filosofia, mas sim aprender a
filosofar, restando claro sua preocupação então com a legitimidade, capacidade
e limites da nossa razão, onde a filosofia teria o papel de uma ciência
racional para avaliar todo conhecimento humano. Assim, ele recomenda que
respondamos 4 questões: o que é possível saber, o que devemos fazer, o que
devemos esperar, e o que é o ser humano? Por estas perguntas podemos ver que
sua Teoria do Conhecimento perpassa o processo do conhecimento chegando até o
campo da ética e moral, passando por outras temáticas intermediárias, como
p.e., a metafísica.
Para
criticar os racionalistas (que criam ter construído base sólida para o processo
do conhecimento), que tinham como base o “cogito ergo sum” de Descartes, Kant destaca que era baseado apenas em ideias
metafísicas, ou seja, inatas e universais (como o Deus-Ordenador de Platão, e
também o Cristão de Sto Agostinho, com Jesus agora no papel platônico de
revelador das verdades). Essas ideias metafísicas eram facilmente também
atacadas pelo empirismo de Hume/Bacon (originado em Aristóteles), por exemplo,
posto que não poderiam ser comprovadas pela experiência, bem como também não
era base para o conhecimento, pois haviam muitas coisas que existiam sem a
necessidade de uma experiência prévia, pois ora caiam num individualismo relativista
(tudo dependia de algo) ou num ceticismo (duvida da existência).
Qual
a saída então proposta por Kant? Ele vai propor que devemos examinar a razão
através dela própria, ou seja, ele postula que não é possível conhecer as
coisas nem pela experiência, nem tão pouco pela razão, mas sim e tão somente
pela capacidade ou faculdade de conhece-las, ou seja, deixa-se de investigar o
mundo (como era feito até então) e passa-se a investigar a razão e seus
limites.
Desta
forma, e melhor dizendo, essa capacidade que Kant nos alerta seriam formas
estruturais (do nosso cérebro) existentes a priori para conhecer a realidade,
onde a razão vai analisar as condições possibilidades que aparecem a
experiência, e se originam em duas grandes fontes de conhecimento em nós: na
sensibilidade (no contato com os objetos) e no entendimento (produto do que
fora intuído após o contato sensível - pensamento).
Assim,
podemos concluir essa primeira parte que Kant supera o racionalismo (onde o
sujeito era a fonte do conhecimento) e o empirismo, onde o objeto era a fonte
do conhecimento, restando então que o conhecimento será a síntese entre
experiência sensível e entendimento racional.
(...) to be continued...
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