TEXTÃO DE FORMATURA...

“Sou filho da terra e do estrelado céu... Tenho sede, me dê algo para eu beber da fonte da memória!”

Hoje fecho mais um ciclo em minha vida... não, nem é meu aniversário ainda, falta pouco mais de uma lua para essa efeméride em minha existência. Falo de outra passagem do Caos ao Cosmo, eterno reivellon de nossas escolhas, agora a formatura em minha segunda graduação: Filosofia não mais (e apenas) no dia a dia, agora pendurada na parede pra lembrar desde Heráclito que a vida flui, queima defronte aos olhos em um devir eterno. Evoé Baco! E novamente é hora de fazer a passagem das ideias às formas, como em mimeses ao Demiurgo platônico, ordem aos dias vindouros em detrimento dos malogrados que se furtaram e/ou se afogaram na fonte do esquecimento... droga de caminho da esquerda!
Corrijo Diotima acerca do único amor verdadeiro, aquele além do saber, oriundo dos olhos do filho acordando em cama quente e montando em uma década ao meu lado...
Nada (ou tão pouco) determina meus limites e existência... como em Kant procurando mais essa delimitação do que a origem em estruturas tão a priori, eu busco o hoje, sabedor que o ontem e tão pouco o amanhã, existem... afinal Moore já alertara que nem mesmo o sol nos garantirá seu retorno além do crepúsculo de fim de tarde, posto que é mera crendice (absurda!) que não pode ser medida por qualquer empiria!
Se os deuses jogam dados, ainda resta a improbabilidade de qualquer prognóstico sobre as fortunas de qualquer face se escolha, logo, resta somente o medo e incerteza desta metafísica casuísta... prefiro então a metafísica do ser!
Ah... se matamos Deus? Nunca tenho essa resposta... se sim, ele era vivo e foi para o mundo que tanto exaltam no catecismo... se não, ele ainda é vivo bem mais que em mera designação nos rótulos vendidos em cada esquina... nem Nietzsche é capaz de jurar por Salomé!
... mas o tempo passou, foram bem mais que 3 anos de angustia (sim, a Filosofia faz isso com a gente) e inquietação e afastamento (“a melhor companhia do filósofo talvez seja a solidão) que mostraram todo um mundo, não novo, a ser (re)velado e que nos transforma em eternos construtores de nós mesmos, com uma existência toda (e que pode acabar logo que eu finde esse texto) para continuar entre escolhas, perdas, amores, angustia, sol e chuva, Dionísio e Apolo... nessa tentativa de humanidade! E as alegrias? Em cada amigo, cada seminário, cada roda de bar e na possibilidade e tentativa de se tornar sempre alguém melhor... mas como em Aristóteles, talvez eu só tenha essa resposta quando olharem  “para traz” e julgarem minha vida no momento em que o barqueiro me guiará pela paga de duas moedas aos olhos...


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