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Mostrando postagens de abril, 2023
  JUVENTUDE NENHUMA – O tipo normal Houve um tempo em que adaptávamos o jovem aos meios e instituições sociais. E assim achávamos que uma ocupação ou adaptação significava integração. Foi assim na escola, igreja, trabalho, etc. Hoje uma infinidade de valores sociais, próprio das sociedades complexas – consumo desenfreado, volatividade de condutas, pluralidade de valores e falta de valores à priori – apenas disfarçam que todos vivem em espírito de rebanho, anestesiados e vorazes por golpes físicos ou de pix para um escapismo da dura realidade. As relações sociais – leia-se família, escola, rede social – são a prova da impossibilidade de se crer na condição existencial do jovem, haja vista que na mínima brecha ou fissura do cotidiano notamos que a não vigilância opera como uma válvula de escape para seus medos, frustrações e traumas, espécie de licença para a desrazão ou ausência de comportamento ético, e muitos optam então por transgredir. Desta forma, quando não agem confo...
JUVENTUDE NENHUMA   -  A   NÃO-RAZÃO   A intervenção ‘sempre atenta’ dos pais pode revelar uma fragmentação, inocorrência ou um atraso da habilidade de reflexão dos jovens ante ao surgimento da situação-problema. Explico: Se atente que, se a criança ao não ter o que fazer (e as vezes ela nem sabe que não terá o que fazer), desde muito cedo, recebe dos pais o alento antes do choro, o brinquedo antes de pedir, ou seja, sob o chavão do ‘não vai faltar nada pro meu filho’, ou ‘tudo o que eu não tive, meu filho terá’, ocorre que que acabamos por minar o querer espontâneo, ao mesmo tempo em que ceifamos a possibilidade de questionar o que falta naquele microcosmo infantil e a possibilidade de conviver com o vazio e suas possibilidades. Assim, a criança que nunca soube o que lhe falta(va) vai imaginar que o cosmo adolescente (e depois adulto) é um reflexo-grande do seu mundo do faz de conta infantil. Ou seja, o jovem-adolescente não tem como buscar nas suas matrizes ...
JUVENTUDE NENHUMA – MEA CULPA Resistência e transformação se faz necessário ante a exigência social de generalização e submissão dos comportamentos, que desde muito cedo é praxe junto ao instituto social da normalização e construção do ser juvenil que hoje vemos: pessoa nenhuma. A caneta alienista é normalizadora (capitalista ou socialista), e prescreve uma vida sem contradições (sic, normal) e obrigatoriedade em se ‘estar ocupado’ (entretido – as vezes sob a alcunha de culturalmente) o tempo todo, como se o ócio ou canseira fosse um crime, quiçá doença ou vergonha alheia. Antes se possa conviver harmoniosamente com a angústia existencial (leia-se medo do futuro, da morte – angústia filosófica), que é fortalecedora do ser, mantenedora de espírito forte e inquietante, já se institui a angústia do ‘nada fazer’, ou seja, é como se se fosse proibitivo (ou até uma condenação) às crianças e aos jovens o tempo livre . Tempo livre para o nada fazer é o tempo da construção e percepção do eu...